segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

[Fragmento]

O amor que tu me deste era vidro e se quebrou. Não: o amor que eu lhe tinha era diamante. Raro, precioso. Como a pele virgem sendo tocada.Frágil como a vida. Qual o tamanho do amor que sentes por mim? Mece por si mesma. Vou pensar qual o tamanho do amor que sinto por ti. Não sei se consigo mensurar tal imensidão. Talvez seja de uma grandeza que não caiba em mim. Tentarei ousar: tu me amas? Pois, olhe, se não me amas... Não! nada. Não sei se sobreviveria à resposta. Bem, me entregarei agora a uma modesta ousadia: Eu te amo?: Eu te amo...: Eu te amo:: Eu te amo.

Eu te amo diamante. Com toda sua dureza e fragilidade. Fragilidade que ao ser quebrada, os pedaços não se refazem. Você pode cuidar do meu amor-diamante? Iria te pedir para cuidar de minha vida, minha alma; mas desisti, pois ela a mim pertence. Não posso morrer para ti. Morrer para quem amo. Não posso por em suas mão de éter o peso de meu diamante. Senão a culparia do que só eu tenho culpa.

Olhei-te sem que me notasse. Estava sob montes e sobre pontes vendo-a em deslumbramento. Amei-te. O brilho em mim se fez. Ao brilho, viu-me. Cativou-me. Cativei-te. Agora o que somos um ao outro, não sei. Só sei que somo-nos.

Strauss toca a valsa encantada e meus pés involuntários e incondicionais deslizam em seu chão. Onde está você que não dança comigo? Esta valsa está solitária. E nela tudo o que tenho é meu amor por ti. Que se amplia ao se adicionar saudade.

Fôssemos nós reflexos refletidos recíprocamente, dir-ter-ia: eu te amo-me. Mas não. Meu corpo é um espaço íntimo: eu te amo; minha alma é vasta:eu te amo.

Deves tu me amar? Não. Ame a ti mesmo. É o que faço: amo a mim mesmo para ter alguma força para poder te amar.

3 comentários:

-E2R- disse...

Eh Di! não nega o talento que tem e que (ainda bem) resolveu manisfeta-lo nestes fragmentos!
os seus textos continuam me fazendo parar no tempo e dedicar-lhes um momento exclusivo de reflexão!
Parabéns!

-E2R- disse...

Eh Di...não negou o talento oculto que possui e que agora (ainda bem), resolveu aparecer nestes pequenos fragmentos...
os seus textos continuam sendo pequenos intrusos na minha mente, que de repente, me fazem parar só para conteplá-los!
Parabéns!

Fernanda Monte disse...

EU TE amo diamante!

Simplesmente parabéns!