terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Chuva
chove na cidade.
na cidade que já é parada, algumas gotas vindas do céu me páram; mais ainda. estátua. as gotas me petrificam em frente a tv e não faço idéia do que elas me dizem, a tv, a cidade, a chuva...
durmo.
sonho. e no sonho chove. não faço distinção entre dormir e manter-me acordado. em ambos os casos chove. e o que fazer? fazer algo mudaria o tempo? círculo de sal em frente a porta não adianta. nada adianta.
ouço o som da chuva, as gotas batendo no telhado. ouço o sussurro da tv. já não ouço. ao meu redor o silêncio do mundo. e o meu: de estátua.
na cidade, apenas os prédios enfrentam a chuva. enfrentam implacáveis, sem poder de escolha. paro em frente ao prédio e ele me intimida. não tenho sua coragem. me resta apenas dormir numa casa que não é minha. sob a chuva, sonhando com uma chuva que não sei onde acontece.
ela acontece, talvez, em mim.
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Um comentário:
acho que essa chuva tem nome e sobrenome.
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