sento à mesa
(a minha, esta)
ainda não posta
ela me esconde
um copo
um prato
: uma fome
(do tamanho de minha saudade)
ela posta
aos poucos me revela
o silêncio das manhãs
(disse-me que o silêncio é a mais sincera das respostas)
às vezes esqueço
outro
copo prato (você)
hesito
um (novamente : eu)
a mesa
(da última vez você disse que precisava ir –
partir)
lições de ausência
: ir exige tempo e, acima de tudo, delicadeza.
você se foi
paciente e delicada
a mesa posta
(agora minha)
4 comentários:
ai que lindo!
quero essa mesa pra mim
Diogo, a pior parte é a despedida, pois sabemos que depois sentiremos a ausência, sentimento ainda estranho pra mim... agora penso que nunca serei íntima da ausência, pois ela tira-me tudo que me pertence... à vezes choro pra diminuir a intensidade da dor da alma... é assim... no fim eu sei que tudo nesta vida passa...
abraços da Su
acerca desse texto, tenho que fazer uma constatação: ele nasceu de duas frases de um texto que, por não conseguir comentá-lo, quis respondê-lo. o que também não consegui. mas as duas frases estão aí e são "o silêncio é a mais sincera das respostas" e "ir exige tempo e, acima de tudo, delicade-za." essas frases são do texto TEMPO, do blog aquele seu segredo, que está nas minhas recomendações. visitem-no. d.
Palavras postas à mesa, lá estão para serem mordidas, misturadas ao café do outro, degustadas...
Como é bom ver o meu escrito, reescrito - e reinventado - em meio a tanto bom gosto!
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