era uma vez não sei o quê.
um homem, um animal, em ser , um ente.
:um assassino.
e também eu.
ele carregava diversas mortes, como se a própria a tivesse encarnado.
(ele não me disse palavra, mas conheço esse olhar por ancestralidade)
nessa vez - foi única,fulminante, fulgás - era como se Deus se inclinasse para tocar o humano e assim formarem o infinito - nossos olhos se espelharam.
e estavam fechados - amor de cego.
o silêncio de um mergulho - amor de surdo-mudo.
o que falavam-se eram corpos.
o olhar assassínio me era um tiro na nuca, eu de frente. um tiro nele.
espalharam-se todas as nossas crianças, mulheres, amores, flores - mortos. corpos de vísceras.
uma mão me espreme o estômago: a dele; seu estômago quer fugir tudo dentro. mas, o assassino.
era uma vez - num átimo de eternidade
: eu
(sim)
4 comentários:
"e estavam fechados - amor de cego.
o silêncio de um mergulho - amor de surdo-mudo."
Acho que vc acabou de descobrir a minha alternativa mais fácil para o amor.
era uma vez um conto de não fada
adorei!
Como sempre um poeta de faces bem ocultas...
e para variar adorei...beijos
Final surpreendente...que tudo, por fim, se revela, no que somos!
Como sempre, leio, releio...a obra de mil faces...
Surpreendente (como sempre!)
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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