fios brancos em teus cabelos desgrenhados.
papadas e rugas e dentes postiços ascendem de teu rosto,
disfarçando ainda quererem viver.
teu osso roçado no asfalto atravessa minha garganta e
toda a atenção se volta quebrada em sua queda.
segreda-me o desterro embrulhado no sorriso.
culpa por um corpo já comido pelo tempo adiante.
o silêncio jorrado das mãos
converte-se em línguas incalculáveis dentro de teu
desespero.
o que calo é teu assombro.
a cada voz adiada, estrangula-se mais o cordão
que em mim te sustenta os dons.
te é revelado uma lenta desordem na esterilidade materna.
entre peito e outro, a recíproca faz uma outra estação.
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