trabalho fundo
o ponto
secreto da trama
rede para
deitar a morte
nos cotovelos,
os dois
apontados
leste-oeste o sol no peito
corpo aberto
para o espanto
saliva na
boca
sal que
desce o ventre
para curar o
sorriso no cálcio
brancas
filigranas velando a delicadeza
músculos sem
ossos que os carreguem
o adeus na
boca orvalhada
a comida
azeda posta à mesa no último domingo
o outono
colhido nas flores
debaixo das
sombras dos ponteiros
que batem
demasiado na cabeça
no aceno de quem parte
uma rede sem
pedras
tramada no
peito
cicatrizes
que a fazem linho
para a
mortalha de um corpo
adiado no
abraço cantante
da noite que
se cala
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