sábado, 28 de novembro de 2009

O enigma da carne

a mulher olha a chuva como quem fosse. cada gota era uma dor molhada de sua carne. como quem ela anda anda. passos incertos. pisa em chãos que abismam passos. sua pele some na carne. ela entra em si a cada passo.

(caminhos do dentro)

o escuro a acalanta e pergunta por que triste - em escuro a resposta:

"se o que nos origina nos é carne, qual é a origem de uma carne que só se sabe dentro de um centro que não pele?"

o escuro a envolve ainda mais. a carne como a chuva se faz gotas que a carrega.

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