quinta-feira, 12 de março de 2009

R.

para Rafael (in memorian)

a poesia que deixaste no mundo arde no peito de cada um que fica.
e a morte não significa mais um fim
: os sentidos - todos! - tornaram-se ruínas.

cada qual, aqui, a seu modo levanta, dos escombros,
entulhos que se transforme em algum signo incandescente.

mas o sentido não vem.

e existir torna-se absurdo,
e os lugares da memória - todos desabitados.

(habitar um corpo, nestas condições, é invivível)

enquanto procuramos dentro do fogo
o segredo dos signos,
celebramos tua existência dentro de um tempo ancestral.

todos, numa orgia pan-espacial
enlouquecemos de corpo

(como existir depois de ?)

6 comentários:

Suelen Maria Rocha disse...

Coisas tristes acontecem nesta vida, mas não entendo porquê...

m. sagayama disse...

Diogo,

me rendi. Fiz um blog.

Até mais!

kelly guimarães disse...

como viveremos? como vivíamos? "em que prais, ruas ou leitos, a que horas do dia ou da noite?" (Pina) não sei! não sei... estou no entre

m. sagayama disse...

te provoquei no meu último post, mané!
isso porque te procurei hoje para mostrar uma paradinha e não te encontrei.
até mais!

Rocha Farias disse...

"a poesia que deixaste no mundo arde no peito de cada um que fica.
e a morte não significa mais um fim"

Caralho!

Theodora Romanbella disse...

. . . e haverá o dia que nos reuniremos para contar a viagem dessa viagem. Você que pôde estar lá, diga-me qual será o seu nome e qual era o nome dele quando o encontro se fazia. Conte-me sua estória que direi seu nome . . .

hoje ouço o canto do manuelzinho-da-croa e sei: é o mais bonito de todos!

Patrícia Janaina