no rádio ouço Placebo, Summer's Gone. fugindo do dia, o dia inteiro. querendo encontrar alguém que ainda não existe. ou alguém que existe e não se pode estar. Summer's Gone. E com ele era, também, para ter ido o meu tédio. e não foi.
me cerca por onde vou, por onde estou. fujo do mundo indo de encontro a ele, mas o único lugar para o qual ele me manda é justamente o único lugar onde não queria estar: minha casa. aquela que não é minha.
Summer´s Gonne. e achei que com ele iria esse eterno domingo que não acaba. o que se foi são essas pessoas que não acho, os lugares que não existem, o mundo que inventei... fica-me o impossível.
tenho saudade de um passado que não existiu; de um passado que só existe em minha cabeça. e é isso que angustia. e quando olho fora de minha lembrança, o domingo está ali: azul, límpido, brilhante, com um céu imenso e vasto. em câmera lenta. olho o domingo-espelho e a imagem que reflete é a de um rosto morto, vencido pelo tédio. um corpo andante pelo azul afora esperando a hora de morrer.
esperava que, quando o verão se fosse, encontrasse folhas mortas que ressurgiriam na primavera. que encontrasse um céu cinza e um vento gelado que fizesse com que eu sentisse meus ossos; sentir que , afinal, existo.
o céu está azul. mas já é outono. o tédio ainda é do eterno verão. mas talvez eu tenha exagerado um pouco e tomado a parte pelo todo.
hoje.
summer´s gonne...
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