Ela olha-o como se olhasse a si mesma. O que ela vê então? Não sabe a distinção entre ela e o que ela vê dela, fora de si. Seu reflexo reflete a si num espelho que não o seu. Não sabe até que ponto ela é no outro. Sabe apenas que é bom. Dói. Mas é alegre. É um livrar o pé do sapato apertado.É poder mexer cada dedo deste pé que estava aprisionado. O outro. Ela viu a si no outro. Encontrou-se fora de si, louca que era. O encontro foi possível somente na loucura? Talvez. O que há de se ganhar na mais plena sanidade?Os loucos sabem. E ela sabe. Só que é grande demais pra reduzir à palavra esse saber que é vasto. Seu corpo dói de se contorcer, de tanta alegria que não cabe nela. Ela chora de rir tamanha é a dor. Ela conseguiu. Ela pode, enfim, dizer antes da morte chegar:"eu me encontrei". É ter a coragem dos suicidas ou mesmo das ondas do mar, que para ser onda, tem de se quebrare anular-se em espuma, apenas para ser. E ela é: "eu me encontrei"- ela disse.
Não: eu me encontrou-me.
Era o outro que a salvou do frio da morte.
Disse ela ao outro: eu te amo-me.
E assim eles foram. Até hoje e desde sempre, eles agora são É.
4 comentários:
Sempre magnifico você!
sinceras saudades!
beijos
A louca dualidade se mostra presente em você também, xará.
Abraço!!!
Eterno caminho da busca-não-busca que se encontra dentro de cada ser.
Completude que, ora incompleta, se esforça para preencher.
O duro não é se encontrar.
Na verdade o maior pesadelo e tentar bastar-se a si mesmo.
Diogo, genial!
A coragem apenas para ser...
(Eles é)
Forte Abraço Di.
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