a mulher na água brota braços
onde no peito
raízes líquidas a fazem árvore lacrimae
chora o corpo pedindo sede a cada
músculo
areias
ancestrais escorrendo a garganta dentro
nos seios, a gravidade invertida retorce
amores convexos onde tudo quer rasgar sóis
arco-íris obscuros cantam em sua boca
cantilena espectral,
onde o silêncio é braço soberano
onde o silêncio é dor que se cala
onde o silêncio
sexta-feira, 24 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Os fogos
minha voz grita
a distância que seus cabelos
cantam fogos ateados.
o grito bate nos cabelos,
voz de fogo ardendo púrpura em sua
boca que guarda esse meu grito oco.
longe.
o desespero queima as idades,
meu grito estancado no vento
onde seus cabelos deitam
carícias que minha voz guarda silêncios.
– seus cabelos de rosáceas mudas.
grito o desespero oblíquo de não tocar-me
os seus cabelos que não
me batem luzes líquidas
a sua boca que guarda
em mim o teu silêncio
– grito que seus cabelos em minha boca
sepulta
o que de ti me calo
a distância que seus cabelos
cantam fogos ateados.
o grito bate nos cabelos,
voz de fogo ardendo púrpura em sua
boca que guarda esse meu grito oco.
longe.
o desespero queima as idades,
meu grito estancado no vento
onde seus cabelos deitam
carícias que minha voz guarda silêncios.
– seus cabelos de rosáceas mudas.
grito o desespero oblíquo de não tocar-me
os seus cabelos que não
me batem luzes líquidas
a sua boca que guarda
em mim o teu silêncio
– grito que seus cabelos em minha boca
sepulta
o que de ti me calo
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Cisão
o outono nasce uma rosa de fogo
com rostos revirados em costas ancestrais
olho estrangeiro
– morno – dentro
de umbigos inversos
danças guardadas
no segredo de a-
braços retorcidos
em distâncias petrificadas
olhar umedecido
procurando-me à nuca
órfica
(eu, olhar estancado, colecionando nuncas)
com rostos revirados em costas ancestrais
olho estrangeiro
– morno – dentro
de umbigos inversos
danças guardadas
no segredo de a-
braços retorcidos
em distâncias petrificadas
olhar umedecido
procurando-me à nuca
órfica
(eu, olhar estancado, colecionando nuncas)
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Eva
nascentes de borboletas
é a costela de Adão
: enlaça-o ventre oco
com asas de gavetas
em estiletes simétricos
asas de luz óssea
rebentando nascenças
invertidas
cadafalsos de placenta
do homem-janeiro
– anunciado por frutas fendidas
amanhece o homem
na pétala que lhe nasce carne,
das asas que lhe sai fêmea
a que o envolve carocidade
terra escutada
no rosto no grito
primal
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